14 novembro 2012

O cientista disfarçado: investigando os pequenos acidentes do dia a dia


Para a leitura deste segundo livro, decidi não procurar por livros, mas sim por autores. Foi assim que descobri Peter Bentley, um cientista disposto a comunicar com todos aqueles que gostam de conhecer o que a ciência faz, e que gostam de saber as explicações de fenómenos aparentemente inexplicáveis ao comum dos cidadãos, faz então com que esses fenómenos se tornem claros e compreensíveis. Para Peter Bentley, a explicação desses conhecimentos, passa pela contribuição dos seus livros e pelas novas tecnologias, ou seja, mantendo um blogue com o título “O Mundo de Peter J. Bentley”, onde esclarece toda e qualquer dúvida de quem o visite.
É extraordinário como um homem doutorado em Genética Algorítmica, licenciado em Inteligência Artificial e uma enorme actividade no ensino universitário, consegue descrever de uma maneira totalmente simples a natureza de fenómenos que observamos no nosso dia-a-dia e aos quais dávamos até aí, razões completamente diferentes, pois não eram encontradas explicações plausíveis para essas situações e portanto, apenas aconteciam. Como o Peter Bentley diz, podem existir pessoas que culpam os cientistas por terem inventado os computadores, pois se não o tivessem feito não existiriam os respectivos vírus, e talvez outros pensem erradamente, que se a ciência não existisse as nossas vidas seriam mais simples e portanto seríamos mais felizes. Ora, é precisamente por estas e outras razões semelhantes que ele mantém uma actividade contínua a desmistificar a ciência e a torná-la compreensível e acessível a todos. Peter Bentley reafirma que, “a Ciência é nada mais, nada menos do que o melhor caminho para compreendermos o mundo à nossa volta”.
Enquanto pesquisava sobre Peter Bentley, fui ao seu blogue, que há pouco citei, e encontrei respostas a perguntas que lhe foram feitas pelos visitantes das mais variadas classes e idades. Um estudante fez-lhe uma pergunta sobre uma das suas últimas descobertas, fazer um iPhone funcionar como um estetoscópio (instrumento utilizado em medicina para observar batimentos cardíacos), facto que pensava eu ser impossível. Surpreendente o que Peter Bentley faz e consegue com os seus conhecimentos!
Após a visita ao seu blogue, decidi então escolher o livro, “O Cientista Disfarçado” (relacionado com o conteúdo do blogue).
E, ao longo de 256 páginas o autor investiga pequenos acidentes do dia-a-dia, como por exemplo escorregar na casa de banho, um computador avariado, deixar queimar uma torrada e se depois a devemos comer ou não. Acontecimentos tao simples do dia-a-dia como, alguém que está cheio de pressa para sair de casa de manhã, vai ao frigorífico mas o leite está azedo, ou entrou na banheira demasiado cheia e a água transbordou, ou até parar de repente numa rua e perguntarmos a nós próprios: onde é que eu estou? É algo muito comum que sucede repentinamente. Como é comum dizer-se, o nosso cérebro estava, noutra onda. Foi por todos estes ‘acidentes domésticos’ ou questões existirem sem razão aparente para a maioria dos cidadãos comuns que o autor criou o Cientista Disfarçado, cientista este, que para tudo tem uma resposta, resposta esta que nos é dada em colaboração com a Ciência. Bentley explica tudo de uma forma bastante simples, cada acidente é causado por uma falha tecnológica (exemplo dos computadores avariado) ou, habitualmente, por a nossa tecnologia nos falhar (esquecermos o que estávamos a fazer, por exemplo). Depois de começarmos a lê-la não paramos enquanto não chegarmos ao fim. É bom compreender a Ciência, e acima de tudo é bom saber que tudo (ou quase tudo), pode ser explicado através dela, e neste caso pelas palavras de um cientista de renome internacional.
Cientista este, que não fala apenas para o dito ‘público entendido na matéria’, fala a todas as classes sociais, e assim, com toda a gente ‘em pé de igualdade’, a Ciência torna-se algo que devemos respeitar e à qual devemos contribuir (ou simplesmente atrapalhar) para que progrida sempre e nos revele aquilo que ainda há para descobrir. O futuro é em frente, e o caminho é segui-lo, acompanha-lo e compreende-lo.
Foi assim uma leitura interessante, divertida e também cativante, pois parecendo que não, todos se interessam por esses pequenos pormenores que por vezes nos incomodam no dia-a-dia. Para quem tem a curiosidade de saber e aprender mais, é uma leitura recomendada.


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